PRECE
DO EDUCADOR
14
JESUS, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a Mim,
porque dos tais é o Reino dos Céus.
15
E, tendo-lhes imposto as mãos, retirou-se dali.
Evangelho
de JESUS CRISTO segundo São Mateus, cap. 19:14 e 15.
JESUS e as Crianças.
Obra
de Bernhard Plockhorst (1825-1907).
Pintor e artista gráfico alemão.
Pensava por um momento:
Quem
mataria um conhecimento
Que
é dado de modo lento
Para
que a Criança grave
No
seu Cofre Mental?
“Deixa-te disso criança
Deixa-te de orgulho que o orgulho cega
Não vês que esta vida é um oceano
Por onde o acaso navega.”
Castro Alves (1847-1871).
Matutava:
Quem
mataria as árvores
Que
produzem as flores
De
diversas cores
Que
enfeitam os campos?
“ Árvores são poemas que a terra escreve para o céu. Nós as derrubamos e
as transformamos em papel para registrar todo nosso vazio.”
Khalil Gibran (1883-1931).
E
quem ousaria
Matar
as sementes
Que
voam contentes
Para
germinar nas planícies,
Vencendo
tempestade e geada
Porque
nada, nada,
Pode
matá-las?
“A neve e as tempestades matam as flores, mas nada podem
contra as sementes.”
Khalil Gibran (1883-1931).
Escritor e poeta libanês.
Quem
mataria o rio
De
água cristalina
Que
desce lá de cima
Do
alto do monte
Onde
está a sua fonte?
Quem
mataria as montanhas
Que
alegres e risonhas
Protegem
o vilarejo?
Quem
mataria o ar
Que
está em todo lugar
E sem
pedir permissão
Alarga
a sua extensão?
Quem
mataria o mar
Este
gigante de água salgada
Que
balança a sua cauda
Com
ondas enormes?
Quem
mataria o Escritor
Que
escreve com a Caneta do Amor
Livros
para a Humanidade?
“Se não morre aquele que escreve um livro e planta
uma árvore, com mais razão não morre o educador que semeia vida e escreve na
alma.”
Bertolt
Brecht
(1898-1956).
Dramaturgo e poeta alemão.
Quem
ousaria
Matar o
Firmamento
Que a
todo momento
No
Espelho do Tempo
Sempre se
reflete?
Quem
ousaria
Contra a
vida do Universo
Que dá
teto
A toda
Criação?
E quem
mataria o Espírito
Que tem o
seu nome inscrito
No Livro
da Vida Eterna?
Nada
disso é um sonho
E neles
eu ponho
O Sentido
da Crença.
“Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!”
Castro Alves (1847-1871).
Poeta e abolicionista brasileiro.