quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

PRECE DO EDUCADOR

PRECE DO EDUCADOR

14 JESUS, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a Mim, porque dos tais é o Reino dos Céus.

15 E, tendo-lhes imposto as mãos, retirou-se dali.

Evangelho de JESUS CRISTO segundo São Mateus, cap. 19:14 e 15.





JESUS e as Crianças.


  

Obra de Bernhard Plockhorst (1825-1907).

Pintor e artista gráfico alemão.


Pensava por um momento:

Quem mataria um conhecimento

Que é dado de modo lento

Para que a Criança grave

No seu Cofre Mental?


“Deixa-te disso criança
Deixa-te de orgulho que o orgulho cega
Não vês que esta vida é um oceano
Por onde o acaso navega.”

Castro Alves (1847-1871).



Matutava:

Quem mataria as árvores

Que produzem as flores

De diversas cores

Que enfeitam os campos?

 


“ Árvores são poemas que a terra escreve para o céu. Nós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo nosso vazio.”

Khalil Gibran (1883-1931).


E quem ousaria

Matar as sementes

Que voam contentes

Para germinar nas planícies,

Vencendo tempestade e geada

Porque nada, nada,

Pode matá-las?


Urucum.

“A neve e as tempestades matam as flores, mas nada podem contra as sementes.”



Khalil Gibran (1883-1931).

Escritor e poeta libanês.

 


Quem mataria o rio

De água cristalina

Que desce lá de cima

Do alto do monte

Onde está a sua fonte?


Quem mataria as montanhas

Que alegres e risonhas

Protegem o vilarejo?


Quem mataria o ar

Que está em todo lugar

E sem pedir permissão

Alarga a sua extensão?

 

Quem mataria o mar

Este gigante de água salgada

Que balança a sua cauda

Com ondas enormes?


Quem mataria o Escritor

Que escreve com a Caneta do Amor

Livros para a Humanidade?


“Se não morre aquele que escreve um livro e planta uma árvore, com mais razão não morre o educador que semeia vida e escreve na alma.”



Bertolt Brecht (1898-1956).

Dramaturgo e poeta alemão.


Quem ousaria

Matar o Firmamento

Que a todo momento

No Espelho do Tempo

Sempre se reflete?


Quem ousaria

Contra a vida do Universo

Que dá teto

A toda Criação?


E quem mataria o Espírito

Que tem o seu nome inscrito

No Livro da Vida Eterna?


Nada disso é um sonho

E neles eu ponho

O Sentido da Crença.


“Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!”



Castro Alves (1847-1871).

Poeta e abolicionista brasileiro.


quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

A INTERTEXTUALIDADE

A INTERTEXTUALIDADE

9 Disse o Senhor a Oséias: Põe-lhe o nome de Não-Meu-Povo, porque vós não sois meu povo, nem eu serei vosso Deus.

Livro do Profeta Oséias, cap. 1:9.



 

Oséias.

Escritor, pregador e profeta de DEUS.

 


Obra de Antônio Francisco Lisboa (1738-1814).

Escultor, entalhador e arquiteto brasileiro.


A sociedade do rico

Exclui o pobre,

Mas o que eu tenho com isso?

Eu sou afortunado.


A desumanidade

Exclui o iletrado,

Mas não estou interessado,

Pois eu sou um polímata.


“Meu amigo, se desejas
paz crescente e guerra pouca
ajuda sem reclamar
e aprende a calar a boca.

Casimiro Cunha (1880-1914).


O racismo

Com o seu cinismo

Afasta todo negro

Da vida social,

Mas eu não ligo

Porque sou branco

E nesse castigo

Não sou incluído.


A Mulher rica

Casada e bem dotada

Nega pousada

À menina desesperada:

Eu não estou nem aí

Pois estou aqui

No meu lar.


A mãe solteira

Entra na fileira

Para conseguir um emprego

Para alimentar o filho seu,

Mas a ela ninguém deu

A oportunidade

De ganhar o pão honesto:

Eu não me importo,

Pois estou no meu posto.


A menina faminta

Pede à criança rica

Um pedaço de bolo:

Mas eu nem dou bola,

Pois tenho a toda hora

Tudo o que precisa.


Um pobre coitado

À prisão foi levado

Porque roubou alimento

Para o passageiro sustento:

Eu não dou a mínima,

Pois na minha cozinha

Tenho tudo com fartura.


“Agora estão me levando,
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.”



Bertolt Brecht (1898-1956).

Dramaturgo e poeta alemão.


Vê-se que a indiferença

Até hoje é uma crença

Que muita gente adota,

Porque ainda não gosta

Do Ato de Ajudar.


“Escreve as ofensas na areia e os benefícios no mármore.



Benjamin Franklin (1706-1790). Diplomata, escritor, jornalista, filósofo e cientista norte-americano.


Quem tem dinheiro de sobra

A consciência sempre cobra

A Ação da Caridade.


“Aquele que uma vez lhe fez uma gentileza estará mais disposto a fazer-lhe outra do que aquele que foi obrigado a fazer alguma.”

Benjamin Franklin (1706-1790).


Negar tal ato

É estar de fato

Na ignorância total

Da Lei de Causa e Efeito,

Onde Dever e Direito

Têm de ser respeitados.


“Não te rias de quem chora

Toda dor faz ida e vinda

E na botija de vinagre

Tem muito vinagre ainda.”



Casimiro Cunha (1880-1914).

Poeta brasileiro.